Confidências de um juiz-forano



Parodiando Carlos Drummond de Andrade, escrevi um poema para minha Juiz de Fora que está completando 162 anos.


Confidências de um juiz-forano

Muitos anos vivi em Juiz de Fora
Nasci na Maternidade Santa Terezinha.
Por isto sou feliz, orgulhoso: flexível como às águas. 
Noventa por cento criado nos papos do calçadão. 
Oitenta por cento nutrido pelas cervejas do Balcão. 
E não tenho alheamento a vida fora e dentro das montanhas devido a comunicação.


Tenho constante vontade de amar, que me incentiva a trabalhar,
vem de Juiz de Fora, noites nos bares, cheio de mulheres e sonhos.

E o hábito de rir, que tanto me diverte, 
é a doce herança juiz-forana.

De JF trouxe presentes que agora te ofereço: 
este pão de queijo, futuro produto de exportação,
este santo que não sei o nome, 
esta manta, para aquecer no sofá da sala de televisão,
este orgulho, esta cabeça erguida.

Nunca tive ouro, nunca tive boi ou vaca, tive terreno baldio para brincar. 
Para ser poeta, sou funcionário público. 
Juiz de Fora é uma tatuagem em minha alma.
Mas como me divirto!

PS - Perdão Drummond pela ousadia. 

Nenhum comentário: